terça-feira, 18 de dezembro de 2007

O Valor da Gratidão

Quando chega o fim do ano e nos aproximamos das festas de natal e ano novo, nos deparamos com inúmeras confraternizações. As pessoas se reúnem em bares e restaurantes, trocam presentes de amigo secreto, abraçam e felicitam umas as outras. Inúmeras também são as promessas que fazem pra si mesmas de não repetir no novo ano os erros e excessos cometidos no ano que está terminando. Uns desejam emagrecer e determinam que vão se despedir das calorias e carboidratos durante as festas de fim de ano. Outros, que vão parar de beber, de fumar, de usar o cartão de crédito ou o cheque especial etc.

É muito comum observarmos também que em meio às celebrações e expectativas pro novo ano há também muito sentimento de frustração e fracasso por não terem atingido ou cumprido as promessas feitas no ano anterior. Além disso, há pessoas que ao longo do ano experimentaram perdas significativas, tais como a morte de um ente querido, um emprego bem remunerado, um divórcio indesejado etc. Talvez tais pessoas tenham perdido o ânimo e a coragem de se lançarem à vida acreditando que com a ajuda de Deus podem levantar-se, sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Em virtude disso, é muito comum observamos pessoas desencorajadas e lamentosas. Pessoas que abraçam o pessimismo e a reclamação, ao invés de olharem a vida com os olhos da razão e do bom senso. Pois, por piores que tenham sido as experiências vivenciadas no ano que termina, a vida ainda não terminou. Por mais dramáticos que tenham sido os capítulos da nossa história, ela ainda não terminou e, se estamos firmados em Jesus, precisamos continuar crendo que Ele é Soberano e sempre estará conosco, até a consumação dos séculos.

Em meio a tantos sentimentos que envolvem a nossa vida, a celebrações e festas, a expectativas e projetos, você já se lembrou de agradecer a Deus por tantas coisas boas que vem acontecendo ao longo da sua vida? Sua família, sua mulher, seu marido, seus filhos, seus amigos, sua saúde, sua igreja, sua vida etc.

Talvez você não tenha alcançado tudo que desejou, mas será que não recebeu além do que esperou? Nesse fim de ano dê de presente a sua GRATIDÃO. Diga MUITO OBRIGADO a Deus e a todos que, a cada dia do ano, lhe tem presenteado com suas próprias vidas.

Feliz Natal a todos e muito obrigado.

Cláudio Alvares

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

"Relaxa e Goza"

Ontem, quando fiquei sabendo que mais uma vez o Senado Federal livrou a cara do Sr. Renan Calheiros, acusado de receber recursos de empreiteira para pagar pensão, de beneficiar cervejaria junto ao INSS e de grilar terras, de usar laranjas para a compra de rádios e um jornal, de participar de esquema de desvio de dinheiro em ministérios e de montar dossiê contra senadores para chantageá-los, me lembrei da sugestão da Ministra do Turismo, Marta Suplici, que em plena crise dos aeroportos do país disse aos passageiros entulhados nos aeroportos: “RELAXA E GOZA”.

Essa é a mensagem que o Senado Federal mais uma vez passa aos milhões de brasileiros que já acostumados à impunidade de ministros, parlamentares e empresários desse país, não se surpreenderam com essa segunda absolvição de Renan Calheiros.

Em outras palavras, o Senado Federal do Brasil está dizendo ao povo brasileiro que a curra é inevitável, que independente da vontade popular ou de todas as provas e fatos apurados pela comissão de ética do senado contra o Senador Renan Calheiros não são suficientes para puni-lo e que, querendo ou não, todos nós teremos que conviver com essa realidade indesejável.

Até quando estaremos sujeitos a estes estupros políticos? Até quando teremos que tolerar a roubalheira, a corrupção e a impunidade? Até quando a moral, a ética e os bons costumes continuarão afrontados pelo procedimento daqueles que se encontram na cúpula desse país?

Vivemos em um país de contrastes e desigualdades. Num país onde uma menina adolescente que roubou uma lata de leite é colocada em uma cela com vinte homens no Pará por quase um mês sendo currada e abusada sexualmente em troca de um prato de comida, enquanto criminosos de paletó e gravata continuam soltos e desfrutando das benesses do Estado Brasileiro.

O que eu vou dizer pros meus filhos? Que explicação dar a eles? Que o errado às vezes é certo? Que a desonestidade, a fraude e o roubo são procedimentos “normais”? Que o crime compensa? Talvez então eu possa dizer que todas as acusações contra o Sr. Renan não passaram de meras fantasias? Que na realidade nada aconteceu? Ninguém recebeu ou pagou nada, ninguém foi beneficiado, nunca existiram laranjas, nenhuma rádio ou jornal foram comprados, nem esquema de desvio de dinheiro aconteceu em ministério algum? Estamos todos loucos?

É, meu amigo, vivemos um tempo de crise de valores onde o mal é chamado de bem e o bem, mal; onde o certo é errado e o errado é certo; onde o amargo é posto como doce e o doce, por amargo; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade. (Is 5:20).
Oremos pelo nosso Brasil.

Claudio Alvares

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A Estilista de Jesus

Você sabia que Jesus tinha uma pessoa que se encarregava do seu visual? Um Personal Stylist? Alguém que se dedicava à tarefa de vesti-lo dentro dos padrões da moda de sua época? Não? Pois é, nem eu. É lógico que isso não passa de uma brincadeira. Porém, foi assim que meu filho de sete anos interpretou um texto de um livro de historinhas da bíblia para crianças que pedi que lesse para mim. Pois, preocupado com o seu nível de leitura, resolvi fazer um pequeno teste de interpretação de texto para avaliar se ele estava entendendo de fato o que estava lendo.

Aliás, em nosso país basta o sujeito aprender a escrever e ler o seu próprio nome e a soletrar algumas palavras para deixar de influenciar o índice de analfabetismo brasileiro. Com isso, a quantidade de pessoas que lêem sem entender o sentido do texto é inumerável.

A impressão que tenho é que ao mesmo tempo em que há pouco interesse do povo pela cultura e pelo conhecimento, há também pouco incentivo e quase nenhum investimento substancial por parte do governo. Vide, portanto, o quadro tão lastimável que se encontra a educação pública no Brasil no que diz respeito ao ensino fundamental. Os planos assistenciais do governo como bolsa família e bolsa escola não são suficientes para resolverem problemas estruturais da educação. Professores com remuneração miserável e alunos sem aula há meses são realidades que ainda persistem e que nos apresentam prognósticos nada favoráveis à educação nesse país.

Voltando ao que estava dizendo, após ele ter lido a história da cura da sogra de Pedro passei, então, a fazer-lhe algumas perguntas sobre o texto:

- Meu filho, quem era esta mulher que Jesus curou?

Imediatamente ele respondeu-me com muita naturalidade:

- Papai, ela era uma estilista!

Arregalei meus olhos e disse:

- O quê!!?

- É, papai, ESTILISTA! Disse ele com tamanha convicção.

- Mas, de onde você tirou isso, meu filho?

- Do texto, papai. Respondeu-me sem entender bem o meu espanto.

Sem acreditar no que estava ouvindo pedi que me mostrasse onde estava escrita no texto essa “nova revelação”.

Ele me disse:

- Aqui diz, papai, que depois que ela foi curada por Jesus ela passou a “vesti-lo”.

- Não é possível! Deixe-me dar uma olhada! Interferi mais uma vez bem assustado.

Para minha surpresa e alívio o que meu filho estava fazendo era mudando a palavra “servi-lo” por “vesti-lo”.

Demos muitas gargalhadas e até hoje me pego rindo sozinho ao lembrar-me desse fato. Fico também pensando em quantas heresias não surgem por interpretações errôneas que são feitas nas melhores das intenções.

O Senhor Jesus disse aos saduceus: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”.
Que o Senhor nos livre dessas "novas revelações" que, infelizmente, tem surgido a doidado por aí. Aliás, tudo o que tinha que ser revelado já está a nossa disposição na Bíblia. Deixemos, pois, que o Espírito Santo nos ilumine e nos guie a toda a Verdade.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Por qué no te callas?

“Quem fala o que quer, ouve o que não quer”. Assim diz o ditado popular. No entanto, acho que esse ditado popular pode sofrer algumas modificações: “Quem ouve o que não quer e não fala o que quer, aceita tudo o que vier”.

A celebre frase “? Por qué no te callas?”, pronunciada pelo Rei Juan Carlos, de Espanha, ao presidente venezuelano Hugo Chavez espalhou-se e foi manchete dos principais jornais e veículos de comunicação de todo mundo, transformando-se, inclusive em ringtones de aparelhos celulares.

Fiquei pensando nesse acontecimento e me despertei para uma realidade muito negativa do povo brasileiro: a nossa passividade diante de absurdos aos quais somos constantemente submetidos.

No caso a frase deveria ser outra: Por qué te callas? Por que não dizemos BASTA!!? Basta ao nosso conformismo, a nossa indiferença e a nossa tolerância para com a corrupção e roubalheira desse país.

Por que nos calamos diante da onda de violência e imoralidades que assolam nossos jovens e crianças? Por que nos calamos diante do caos que se tornou os serviços de saúde onde milhares de pessoas morrem nos corredores dos hospitais da rede pública? Pra onde estão indo os bilhões de Reais arrecadados com a CPMF e outros impostos?

Por que nos calamos diante do descaso com a educação, aonde milhares de alunos chegam ao final do ano sem terem uma única aula de português e matemática?

Por que nos calamos? Por que nos permitimos sermos esmagados sem esboçarmos nenhuma reação? Nossa cultura de passividade precisa ser mudada!

E nós, cristãos? Cadê a nossa voz profética? Cadê o nosso clamor diante de Deus? Por que calamos?

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Batismo no Ônibus

Fiquei profundamente escandalizado e muito envergonhado ao assistir com minha família e alguns amigos não cristãos o clipe da música batismo no ônibus da cantora Andréa Fontes. Nada em particular contra a cantora nem para com o seu estilo musical. Embora este tipo de música não me agrade (gosto, às vezes, na se discute), até achei o ritmo muito legal. Não se trata, tão pouco, de preconceito contra o movimento pentecostal, pois seria negar minha origem e prática.

Creio na contemporaneidade dos dons do Espírito Santo e na soberania de um Deus que tem liberdade de fazer o que quer e como quer, que não está submisso às formas ou padrões delineados por quem quer que seja. No entanto, em minha opinião, este clipe não reflete a seriedade e a reverência que o tema deveria ser abordado.

Ainda que não esteja levando em consideração uma análise da coerência teológica da letra da música, achei o clipe uma verdadeira difamação, deturpação e banalização do mover do Espírito Santo.

Para mim, longe de ser engraçado, o clipe da música batismo no ônibus expõe pejorativamente a comunidade evangélica e é um péssimo exemplo da práxis de alguns seguimentos evangélico pentecostal.

Fiquei envergonhado!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

"E as Cachorras..."

Indiano casa-se com uma cadela

Mais uma da Índia, segundo país mais populoso do mundo(depois da China), com mais de um bilhão de habitantes. Com uma população diversificada, a língua, a casta e a religiosidade desempenham papel importante na organização social e política do país. Embora 81,5 por cento da população sejam hindus, a Índia conta também com o segundo maior contingente de muçulmanos no mundo (12,2 por cento), ademais de outros grupos religiosos como siques (2 por cento),cristãos (2,3), budistas (0,76), jainistas (0,4) e outros. Além disso, duas das grandes famílias linguisticas estão representadas na Índia: a indo-ariana (falada por 74 por cento da população) e a dravídica(24 por cento). A Coonstituição indiana considera como oficiais 23 diferentes línguas, embora o híndi e o inglês sejam usados pelo governo federal para fins oficiais. O sânscrito e o tâmil são consideradas línguas clássicas. O número de dialetos falados na Índia chega a 1 652.

É desse país tão diversificado cultural e religiosamente, onde milhões de deuses são adorados, que se ouvem as mais bizarras e estranhas notícias. Dessa vez foi o casamento celebrado entre um homem e uma cadela vira lata. A cerimônia foi realizada no último final de semana em uma cidade do sul do país, onde os “noivos” também receberam uma festa de casamento. Segundo o noivo, a decisão surgiu por acreditar estar “amaldiçoado” por ter apedrejado e matado dois cães há 15 anos e após consultar um astrólogo que lhe disse que a única forma de cancelar a maldição seria casando-se com a cadela vira lata.

Talvez para muitos ocidentais este acontecimento seja motivo de piada e muitas gargalhadas ou algo que não se leva muito a sério. Para mim a união matrimonial entre um ser humano e um animal é tão bizarra quanto a união entre pessoas do mesmo sexo, que, aliás, está em vias de aprovação pelos parlamentares brasileiros.

Antes que seja eu acusado de homofobia ou preconceito quanto à opção sexual de cada um, quero deixar bem claro que a prática homossexual é repudiada e condenada por Deus (Rm 1:18-27). Assim como Deus ama o pecador e não se compactua com o pecado, não posso eu ser favorável a uma prática reprovada por Deus, ainda que da mesma forma, não deixe eu de respeitar a pessoa homossexual.

A realidade desse acontecimento na Índia, no entanto, reflete o drama de um povo subjugado pela cultura e pela crença. Aponta também para a dificuldade e para o grande desafio de pregar o Evangelho do Reino de Deus naquele país. Afinal, o Cordeiro que foi morto, com seu sangue comprou para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Apocalipse 5:9).

Oremos pela Índia.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Também Estou Indignado!!!

Fui inspirado pelo Pr. Renato Vargens a escrever sobre esse tema. Confesso que o texto publicado em seu blog, que, aliás, recomendo sua leitura (basta acessar ao lado na opção links interessantes), não somente me estimulou a reflexão, mas também aumentou minha indignação com a realidade do povo protestante em nosso país. Aliás, nós “protestantes”, precisamos parar de protestar diante de Deus porque Ele não nos tem concedido as “bênçãos” por nós “determinadas” e determinarmos nos abster das “pílulas do amor próprio” que tanto nos aliena da dor do próximo.

Penso que estamos vivendo um tipo de “pseudoêxtase” espiritual que nos tem levado a não percebermos que o ecstasy, droga fartamente consumida entre os jovens, tem abreviado a vida de tanta gente amada por Deus.

Estamos construindo tendas em nosso “monte da desfiguração” da verdade bíblica enquanto uma grande multidão jaz debaixo de nosso nariz. Quando Pedro, diante do Cristo Glorificado sugeriu permanecerem no monte da transfiguração dizendo: “bom é estarmos aqui...”, ele manifesta um desejo genuíno de quem de fato estava tendo uma experiência REAL com o Todo Poderoso.

Infelizmente, essa tem sido a atitude de muitos evangélicos que supostamente afirmam verem a glória de Deus sem, contudo conseguirem enxergar a miséria existencial dos homens.

Os discípulos Pedro, Tiago e João ao descerem do monte onde tiveram essa indescritível experiência espiritual se depararam com uma multidão, e, dentre ela, surgiu um homem desesperado que se prostrou aos pés do Senhor pedindo que o Senhor se compadecesse de seu filho lunático que muito sofria. Surpreendentemente, o homem afirma: “Apresentei-o a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo”.(Mt. 17:18)

Toda vez que lia esse versículo ficava muito impressionado com o fato dos discípulos não conseguirem aliviar o sofrimento desse pai. Hoje fico pensando em quantos pais não estão passando por situações como essa ao verem seus filhos mergulhados no alcool e outras drogas? E nós, discípulos do Senhor, não conseguimos produzir respostas e solução para tais problemas.

Quando Jesus foi questionado pelos seus discípulos porque motivos não puderam resolver aquele problema, Jesus lhes respondeu: “Por causa da pequenez da vossa fé”.

Penso que é muito fácil expressar atitudes de fé no alto do monte, nos ambientes litúrgicos, na atmosfera mística do culto e da adoração, porem é extremamente difícil e necessário expressarmos a mesma fé no cotidiano, no ambiente nada litúrgico, porem não menos santo, da relação com a multidão carente de Deus.

O que temos feito? Estamos pelo menos indignados? Se sim, já é um começo!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Tempos Difíceis

Em nenhum outro período da história da humanidade se falou tanto em preservação do meio ambiente e de espécies animal em extinção como no fim do século XX e inicio do século XXI. Acrescenta-se a isso uma perspectiva nada favorável da vida humana na face da Terra.

A exploração desordenada e ilegal dos recursos naturais, a devastação das florestas tropicais e a emissão excessiva de gases poluentes na atmosfera do nosso planeta, têm sido responsáveis por estatísticas e prognósticos desesperadores sendo este um tema de preocupação internacional.

Como resultado desse processo, efeitos como o aquecimento global tem desencadeado inúmeros fenômenos naturais tais como o derretimento das calotas polares que prevêem aumento no nível dos oceanos, inundações e até o desaparecimento de algumas ilhas; Alterações climáticas que podem afetar significativamente tanto a geografia como a economia mundial.

Pouco se tem falado, no entanto, sobre uma outra destruição cujo prognóstico, igualmente desesperador, deveria, desde já, alarmar toda humanidade.

Não só o Planeta Terra está em vias de falecimento, também o planeta homem, em todos os desdobramentos da vida pessoal e em sociedade. Quando o Apóstolo Paulo descreve uma perspectiva dos últimos dias (2 Tm 3:1-7) ele diz que sobrevirão tempos difíceis. Seu foco, no entanto, não estava nos fenômenos naturais tais como terremotos, tsunames, tufões e furacões como sinais apocalípticos, mas na degeneração do homem em sua moral, ética e conduta.

Vivemos um tempo onde não somente a natureza nos prenuncia o caos ambiental, mas também onde a natureza pecaminosa do homem prognostica uma sociedade inteiramente desprovida de valores e distante de Deus.

Vivemos num tempo onde as pessoas são mais amigas dos prazeres que amigas de Deus. Onde muitos passam a relacionar-se com Deus de forma hedonista, buscando satisfação pessoal e a realização de seus desejos e interesses egoístas, como se Deus fosse um mero serviçal sempre pronto a atender aos seus caprichos.

Vivemos um tempo de pouca afeição e respeito. Um tempo de crueldade e violência onde os crimes cometidos são cada vez mais revestidos de sofisticação maligna e frieza.

No entanto, a sociedade tem se tornado anestesiada e acostumada a esta realidade tão trágica que tem gerado todo esse caos humano.

Não há dúvidas de que a família juntamente com a igreja sejam uns dos principais fatores de transmissão desses valores. Mais do que fatores econômicos e culturais a desestruturação da família é reconhecidamente o melhor exemplo de deflagrador dos problemas sociais, tais como a violência, a criminalidade, a sociopatia e outros.

Em vista disto, acredito que, como discípulos do Senhor Jesus, deveríamos refletir sobre o nosso papel e nossa responsabilidade de sermos luz (parâmetro ético e moral) e sal (elemento de preservação) desse mundo.

Precisamos estar atentos e vigilantes para que as características dos seres humanos dos últimos dias, descritas por Paulo não estejam fazendo parte de cada um nós sem que percebamos. A indiferença a toda essa realidade a nossa volta é um grave sintoma de que não somente não estamos cumprindo nossa missão, mas fazendo parte da estatística de degeneração do ser humano.

No amor do Pai

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

"As Aparências Enganam"


Êxodo 15:20-26

Quando o povo de Israel saiu do Egito de forma triunfal atravessando a pés enxutos o Mar Vermelho, ao passo que o exército de Faraó, que os perseguia, foi totalmente submergido nesse mesmo mar com todo seu poderio bélico, o que observamos é uma grande celebração e exaltação ao Senhor, que lhes havia proporcionado espantoso e maravilhoso livramento, que logo se converteria em lamentação e murmuração.
A razão pra essa radical mudança de humor e atitude do povo em relação a Deus e a liderança de Moisés é que logo depois de atravessarem o Mar Vermelho, se embrenharam pelo deserto de Sur, caminharam três dias sem achar água, e quando a encontraram, não puderam beber daquelas águas, pois eram amargas. Ficaram como bem descreve a canção do Djavan: “... como morrer de sede em frente ao mar”.
Qual a sua atitude diante de uma frustração? Como você reage diante de uma expectativa não realizada? O que você faz quando as suas necessidades mais fundamentais não podem ser supridas de forma imediata? Ou ainda, quando um desejo, um sonho, ou um ideal não se realiza no tempo que você planejou? Cuidado com as águas amargas! Nem tudo que possui uma aparência límpida e cristalina pode ser adequado. Você já ouviu a frase “nem tudo que reluz é ouro?” Ou, “as aparências enganam?” Pois é! Precisamos tomar muito cuidado para que nossas carências ou necessidades profundas não nos impulsionem a sermos precipitados. Tenho constatado em minha experiência pastoral que há muita gente bebendo veneno, pensado que está bebendo água pura. Tem gente tentando satisfazer suas necessidades ou carências através de meios impróprios ou ilícitos. Cuidado, pois aquilo que poderia trazer a sensação de satisfação ou contentamento poderá causar uma tremenda “dor de barriga”. Então, que tal evitarmos dores desnecessárias?
O texto bíblico afirma que Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces.
Fico pensando em como gastamos tempo e energia murmurando e reclamando da vida ao invés de clamarmos a Deus pedindo a ele que nos mostre uma forma de superar o sabor amargo que a vida por vezes nos impõe.
Li um comentário que achei muito interessante sobre a palavra “mostrou” que diz que o termo geral para a Lei de Deus, no hebraico, “Torah”, é uma forma do verbo “mostrar”.
Portanto, queridos irmãos, entendemos com isso, que quando clamamos a Deus e nossos ouvidos se abrem a Sua orientação, a sua Torah, a sua Palavra, esta sempre nos apontará o único modo pelo qual “águas amargas” tornam-se “doces”: por meio da operosidade, pela experiência e pela ação transformadora da Cruz de Cristo, prefigurada pelo madeiro, pela árvore mostrada por Deus a Moisés.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz...

No amor do Pai.
Pr. Cláudio Alvares

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

"Quem cala consente"

Fiquei encasquetando esse ditado popular nesses últimos dias que sucederam a absolvição do pedido de cassação do mandato de senador da República Federativa do Brasil, do senhor Renan Calheiros, acusado de quebra de decoro parlamentar por ter recibo de lobistas dinheiro para custear suas despesas pessoais, dentre outras acusações que ainda irão a julgamento.
Confesso que, como a maioria dos brasileiros bem informados, estou muito inquieto e estarrecido com tanta impunidade que se propaga nesse país.
O centro político do país transformou-se em uma grande pizzaria e o cheiro de pizza exalado de Brasília tem embrulhado o estomago de muitos brasileiros que já não mais conseguem digerir tanta falcatrua, corrupção e desvios do dinheiro público.
Infelizmente a absolvição do senhor Renan Calheiros condena o Senado Federal a um status de vergonha internacional, ratifica a tolerância com a injustiça e perpetua o senso de que representantes eleitos pelo povo defendem apenas seus próprios interesses.
Onde está a nossa voz? Por que nos calamos? Fecharam as portas do Senado para que o clamor das ruas não gerasse comichões nos ouvidos daqueles que se fizeram surdos à voz popular.
Por que homens públicos decidem de forma privada e secreta assuntos que interessam aqueles a quem representam? Por que os empregadores (contribuintes, pagadores de inúmeros impostos) não podem saber o que fazem seus funcionários? Por que nos calamos diante de tanta arrogância e descaso para com os interesses do povo?
Penso que se não reagimos diante de tantas coisas erradas feitas abertamente por políticos inescrupulosos, como reagiremos diante das articulações e tramas secretas? A verdade é que ficamos mudos diante de tantos “caras de pau”. Eles fingem que são honestos e nós fingimos que está tudo bem. Consentimos com a roubalheira, com a hipocrisia e com a miséria de um país com recursos inestimáveis.
Precisamos pedir perdão a Deus por sermos coniventes com tanta injustiça e supressão dos direitos constitucionais desse país. Nossas mãos estão sujas de sangue por cada criança ou individuo que morre nos corredores dos hospitais públicos por falta de recursos que foram desviados por aqueles que metem suas garras afiadas nos cofres do Estado.
Onde está a nossa voz? Não se deixe calar! Pois, quem cala consente.

Cláudio Alvares