quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Alguns trechos extraídos do livro "Confiança em Tempo de Crise"

Confiança ou Passividade?

"Assim como para muita gente esperar e confiar na provisão do céu é muito difícil, também há muita gente que não sente nenhuma dificuldade. No entanto, o que deveria ser uma grande demonstração de fé, não passa de mera passividade. Tais pessoas ostentam orgulhosamente o status de ‘espirituais’ quando na verdade, simplesmente agem passivamente diante de desafios ou de situações que exigem uma postura mais ativa.

Deixa-me dar um exemplo prático: uma pessoa fica desempregada ou está insatisfeita com seu emprego atual, e ao invés de se atualizar quanto ao mercado de trabalho, buscar novas oportunidades, preparar e enviar currículos, fica aguardando o novo emprego “cair do céu”. Infelizmente, esta postura passiva é denominada por muitos de fé.

Tais pessoas não têm nenhuma dificuldade de esperar ou acreditar no extraordinário. Estão sempre na expectativa de que Deus faça por elas aquilo que elas mesmas podem, mas, não querem fazer.

Pessoas acomodadas tendem a fazer menos e a exigir mais. Já vi pessoas desempregadas recusarem ofertas de emprego, por considerarem o nível da oportunidade abaixo de suas expectativas. No entanto, nenhuma mobilização havia sido feita para uma oportunidade melhor. Exigem o máximo sem se quer fazer o mínimo necessário.

O extraordinário não ocorre na passividade. A passividade subentende uma possibilidade não efetivada; uma inércia diante de uma potencialidade. Nesse caso, a dependência de Deus é negativa. É uma dependência que anula, em si mesmo, recursos e habilidades concedidas pelo próprio Deus. Deixar de agir quando se pode agir é como semear em solo árido; é como aguardar o irrealizável; é como mendigar assentado num saco de ouro."