quarta-feira, 19 de setembro de 2007

"As Aparências Enganam"


Êxodo 15:20-26

Quando o povo de Israel saiu do Egito de forma triunfal atravessando a pés enxutos o Mar Vermelho, ao passo que o exército de Faraó, que os perseguia, foi totalmente submergido nesse mesmo mar com todo seu poderio bélico, o que observamos é uma grande celebração e exaltação ao Senhor, que lhes havia proporcionado espantoso e maravilhoso livramento, que logo se converteria em lamentação e murmuração.
A razão pra essa radical mudança de humor e atitude do povo em relação a Deus e a liderança de Moisés é que logo depois de atravessarem o Mar Vermelho, se embrenharam pelo deserto de Sur, caminharam três dias sem achar água, e quando a encontraram, não puderam beber daquelas águas, pois eram amargas. Ficaram como bem descreve a canção do Djavan: “... como morrer de sede em frente ao mar”.
Qual a sua atitude diante de uma frustração? Como você reage diante de uma expectativa não realizada? O que você faz quando as suas necessidades mais fundamentais não podem ser supridas de forma imediata? Ou ainda, quando um desejo, um sonho, ou um ideal não se realiza no tempo que você planejou? Cuidado com as águas amargas! Nem tudo que possui uma aparência límpida e cristalina pode ser adequado. Você já ouviu a frase “nem tudo que reluz é ouro?” Ou, “as aparências enganam?” Pois é! Precisamos tomar muito cuidado para que nossas carências ou necessidades profundas não nos impulsionem a sermos precipitados. Tenho constatado em minha experiência pastoral que há muita gente bebendo veneno, pensado que está bebendo água pura. Tem gente tentando satisfazer suas necessidades ou carências através de meios impróprios ou ilícitos. Cuidado, pois aquilo que poderia trazer a sensação de satisfação ou contentamento poderá causar uma tremenda “dor de barriga”. Então, que tal evitarmos dores desnecessárias?
O texto bíblico afirma que Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces.
Fico pensando em como gastamos tempo e energia murmurando e reclamando da vida ao invés de clamarmos a Deus pedindo a ele que nos mostre uma forma de superar o sabor amargo que a vida por vezes nos impõe.
Li um comentário que achei muito interessante sobre a palavra “mostrou” que diz que o termo geral para a Lei de Deus, no hebraico, “Torah”, é uma forma do verbo “mostrar”.
Portanto, queridos irmãos, entendemos com isso, que quando clamamos a Deus e nossos ouvidos se abrem a Sua orientação, a sua Torah, a sua Palavra, esta sempre nos apontará o único modo pelo qual “águas amargas” tornam-se “doces”: por meio da operosidade, pela experiência e pela ação transformadora da Cruz de Cristo, prefigurada pelo madeiro, pela árvore mostrada por Deus a Moisés.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz...

No amor do Pai.
Pr. Cláudio Alvares

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