quinta-feira, 5 de junho de 2008

O Extraordinário, o Ordinário e a Ordem de Deus

A vida nos reserva situações que desafiam a nossa fé e que coloca em xeque nossa confiança na provisão e no cuidado divino.

É absolutamente fácil declarar e expressar nossa confiança em Deus quando tudo nos está favorável, quando nenhuma intempérie da vida está nos afetando.

É fácil, extremamente fácil, como diz a canção do Jota Quest, falarmos palavras de louvor e exaltação a Deus quando não se está vivendo nenhum tipo de restrição e / ou privação. No entanto, somos desafiados a agir e reagir da mesma forma, quando a situação não se configura da maneira como a gente gostaria. São nestes momentos críticos da existência que temos a oportunidade de experimentarmos Sua Providência.

Os milagres e a providência de Deus se manifestam na nossa vida de forma extraordinária, assim como ocorreu com o profeta Elias ao ser alimentado por corvos, junto à torrente de Querite, quando a seca e a escassez de alimentos afetavam o povo de Israel.

Ser alimentado por corvos duas vezes por dia (pela manhã e ao anoitecer) é algo EXTRAORDINÁRIO! Afinal, corvos são aves que se alimentam de outros animais em decomposição, além de serem extremamente egoístas, pois, não dividem seu alimento com outras aves e ainda deixam de alimentar seus próprios filhotes.

Em outra ocasião, quando as águas da torrente do Querite se secaram, Deus o orientou Elias a sair dos termos de Israel e ir para Sarepta, cidade fenícia, onde seria alimentado por uma mulher viúva.

Ser alimentado por corvos é EXTRAORDINÁRIO. Ser alimentado por uma viúva é ORDINÁRIO.

Em ambos os casos, considerando as circunstâncias, Elias experimentou o milagre de Deus. A providência divina se manifestou em sua vida de forma extraordinária, através de algo incomum, por meio de uma ação que transcendia o curso natural das coisas. Por outro lado, Elias também experimenta a providência divina de forma ordinária, através de algo comum, por meio de uma ação humana, essencialmente natural, que está na ordem usual das coisas.

Tanto na forma extraordinária quanto na ordinária percebe-se a providência e a soberania de Deus, justamente no fato de que, nas duas situações, houve a ORDEM de Deus. É Deus quem ordena os corvos e a viúva para que alimentem o seu profeta: “... ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem.” (1RS 17:4) e, ainda: “... ordenei uma mulher viúva que te dê comida.” (1RS 17:9).

O problema é que muitas vezes nossa expectativa se concentra exclusivamente no extraordinário, no sobrenatural e não percebemos os milagres ordinários de Deus em nosso cotidiano.

Às vezes nos apegamos de tal forma às experiências sobrenaturais do passado que nos fechamos aos milagres ordinários de Deus em nossa vida no dia a dia. Assentamos-nos junto à torrente seca do Querite, olhando exclusivamente na direção das nuvens, esperando que a “comida caia do céu”, enquanto Deus está nos mandando caminhar na direção do ordinário.

Quando estamos debaixo da ordem de Deus, Deus ordena o seu milagre extraordinária e/ou ordinariamente. Vivemos o sobrenatural naturalmente e o natural sobrenaturalmente.




quarta-feira, 4 de junho de 2008

A Linha da Vida

Um dia alguém disse que a linha da vida oscila entre altos e baixos, como naqueles aparelhinhos usados nas UTI’S hospitalares. Há momentos que experimentamos circunstâncias eminentemente favoráveis, e outros que nos deparamos com situações completamente distintas.

A verdade é que nessa montanha russa da vida, por vezes, somos surpreendidos por fatos que afetam nossas estruturas e que desafiam nossa capacidade de lidar com os mesmos de forma responsável e equilibrada.

Definitivamente, a vida não é um parque de diversões. Aliás, para muitos a vida tem sido um verdadeiro campo de batalha. Um lugar de conflitos e de insegurança.

Não são poucos os que caminham nessa vida como se estivessem pisando num campo minado, amargando na alma a fatal expectativa de que alguma coisa trágica, a qualquer momento, possa acontecer.

A vida pode não ser uma Disneylândia, um lugar de fantasia e de sonhos perfeitos. No entanto, “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”.(Sl 46:1)

Esta foi uma afirmação dos filhos de Corá e pode ser a nossa também!

O problema é que, na maioria das vezes, não conseguimos perceber a presença de Deus quando estamos em alguma situação adversa. Achamos que tudo oscila juntamente com as nossas emoções, inclusive, Deus.

Diante das dificuldades, temos uma enorme facilidade de tornar pequena a nossa fé. E, como os filhos de Israel, após acamparem-se em Refidim, onde não havia água para o povo beber, murmuramos e questionamos: “Está o Senhor no meio de nós ou não?” (Ex. 17:7).

Talvez com a intenção de enfatizar uma verdade fácil de ser esquecida, os filhos de Corá repetem no versículo onze do salmo 46, exatamente o que já haviam falado no versículo sete: “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”.

Sentindo ou não a sua presença, no monte ou nos vales, na alegria ou na dor, a verdade é que Ele não nos deixa sozinhos. Como diz a canção: “És Deus de perto, e não de longe, nunca mudaste, Tu és Fiel”.

PAZ!