Hoje pela manhã assisti uma cena num telejornal que me deixou perplexo. Um homem parou seu carro na Rodovia Castelo Branco, uma das mais movimentadas de São Paulo, contornou e seguiu em alta velocidade por quatro quilômetros pela contra-mão até bater violentamente de frente em um caminhão. O carro ficou completamente destruído e o motorista conseguiu, ao meu ver, atingir o seu objetivo de por fim a própria vida.
Diante dessa tragédia, a primeira coisa que veio a minha mente foi o seguinte questionamento: “Quanto custa uma vida?” Em seguida fiquei indagando comigo mesmo, quais seriam os motivos que haviam levado esse homem a cometer um ato tão terrível e dramático.
Você já parou para pensar no número de pessoas cuja vida perdeu completamente o sentido? Pessoas tão desesperadas e angustiadas que não conseguem enxergar além dos seus problemas. Gente que respira o odor desagradável da morte porque a vida perdeu inteiramente o seu doce sabor, tornando-se amarga e indigesta.
Quantos não são os que estão a nossa volta e, sem que a gente dê conta, estão caminhando a passos largos em direção à morte?
Quanto vale uma vida? Está é uma pergunta que precisa ser feita num tempo onde se discute a legalização do aborto, onde jovens estão morrendo de overdose ou pelo consumo abusivo de drogas sintéticas nas baladas da vida, numa geração onde os valores são essencialmente consumistas em detrimento do individuo, da pessoa, do ser humano.
Vivemos muitas vezes uma religiosidade mórbida, uma pseudo-espiritualidade, pois agimos em muitos momentos como os fariseus, quando valorizamos mais o status quo e ignoramos a vida humana. Estamos muitas vezes mais preocupados em defender e garantir nossos próprios interesses nos escondendo atrás das nossas liturgias e tradições religiosas, que não entendemos o que significa “Misericórdia quero e não holocaustos”. (Mt. 12:7b).
Foi isso que Jesus disse aos fariseus quando estes censuraram os seus discípulos por colherem espigas para se alimentarem em dia de sábado. Em outro momento, quando Jesus estava na sinagoga dos fariseus, estes, com o intuito de acusá-lo perguntaram-lhe se era lícito curar no sábado. Jesus lhes respondeu fazendo outra pergunta: “Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha?”. (Mt. 12:11, 12).
O que Jesus mostra aos fariseus é que eles precisavam aprender a valorizar mais a vida humana do que os próprios bens materiais. Valorizar mais a pessoa que os seus interesses religiosos particulares e ou econômicos. Eles precisavam aprender a despender todo esforço necessário para resgatar o homem do seu estado de cova existencial, afinal seu valor foi estimado no sangue de Cristo, derramado no Calvário.
Será que estamos nos tornando insensíveis às tragédias do nosso cotidiano. Será que estamos nos acostumando a elas? Será que estamos conscientes do preço que foi pago pela nossa salvação? Quanto custa uma vida?
No amor do Pai
Cláudio Alvares
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Quanto Custa uma Vida?
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2 comentários:
Olá Pastor Claúdio ! Concordo plenamente com você, temos que voltar a valorizar a vida. Cultivar amor, carinho, respeito e solidariedade, não só por obrigação religiosa mas por amor ao próximo.
"Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens." (1 Coríntios 7:23)
O preço de uma vida abarca tudo o que Deus é e possui: reino, amor, honra e glória. E isso tudo encontra-se reunido no Filho Dele que pagou o preço por cada um de nós. Por isso, por mais que nos coloquemos a pensar e investivar o valor da vida humana, acredito que jamais conseguiremos imaginar de maneira natural, nem poderemos expressar isso em meras palavras.
Quando me conscientizo disso, aprendo a me amar mais e a ser mais útil para as pessoas que estão ao meu lado (o próximo)e a ficar mais perto, muito mais perto do meu Senhor Jesus...
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