Essa foi a impressão tive ao ler a história do rei Uzias, um dos principais reis de Judá. Uzias foi um rei que sucedeu a seu pai, Amasias, tendo ascendido ao trono com todo apoio popular quando tinha apenas dezesseis anos de idade. Uzias seguiu os passos de seu pai em fazer não somente o que era reto perante o Senhor, como também o que não era. Senão, vejamos.
Uzias, logo no começo de seu reinado, toma uma decisão extremamente importante e significativa – Ele se propôs a buscar o Senhor. O escritor de 2 Crônicas ainda reitera dizendo que “nos dias em que buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar” (26:5).
Nesse ponto muitos neopentecostais e muitos que preconizam a teologia da prosperidade, costumam cometer algum equívoco. O equívoco está no fato de que, na escala de valores e prioridades, Deus está relegado a um patamar secundário. O foco principal passa a ser a benção e a prosperidade em detrimento de Deus. Aliás, na maioria das vezes, Deus tem se tornado apenas um meio para atingir o alvo principal.
Na experiência de Uzias, a prosperidade foi conseqüência de alguém que se propôs a buscar ao Senhor. O grande problema hoje em dia é que as pessoas se propõem a buscar prioritariamente aquilo que lhes interessam e que satisfaça seus desejos egocêntricos, fazendo de Deus um meio para isso. Nesse caso, Deus passa a ser o “gênio da lâmpada mágica”, alguém que está sempre submisso as ordens e caprichos daqueles que se denominam “filhos do Rei”.
Absurdamente esta realidade tem se tornado extremamente comum. Nisto, cada vez mais se percebe um distanciamento de um padrão de cristianismo que possa fazer diferença em nossa sociedade contemporânea. Portanto, não é de se admirar que o amor de muitos esteja se esfriando, que estejamos experimentando pseudo-avivamento, que vejamos igrejas transbordando de pessoas vazias de Deus.
Vivemos num tempo onde se tem avaliado o nível de espiritualidade das pessoas através do crivo da condição financeira ou das bênçãos alcançadas. Onde estão os apaixonados pelo Senhor? Onde estão os verdadeiros missionários? Aqueles que não se sentem chamados a fazer missão em nações de primeiro mundo, mas que deixam riquezas e honras humanas para anunciar a palavra entre os miseráveis? Onde estão os que verdadeiramente amam ao Senhor e que não estão dispostos a negociar os valores absolutos de Sua Santa Palavra? Onde estão os verdadeiros adoradores que a Ele tributam gloria e honra sem segundas intenções?
Infelizmente muitos que começam bem, estão terminando de forma diferente. Já não se propõem a buscar a Deus como no início. Não se dedicam tanto a oração e ao estudo da Palavra como no começo. Quando se propõem a buscá-lo, o fazem não por quem Ele é, mas por aquilo que Ele lhes pode proporcionar. Deus não tem sido o motivo do prazer e da alegria, mas o meio para alcançá-los.
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