segunda-feira, 30 de maio de 2011

FÉ SEM REFLEXÃO, CHANCE DE MANIPULAÇÃO

O tema central do capitulo 11 de Hebreus é fé. Sabemos disso. Nesse capítulo, não somente temos a clássica definição de fé: “certeza de coisas que se esperam; convicção de fatos que se não vêem”; Nesse capítulo vemos como a fé, ora definida, foi traduzida em experiência na vida de muitos. O autor nos apresenta inúmeros exemplos de seres humanos que através da fé obtiveram bom testemunho e se tornaram verdadeiros exemplos para as gerações subseqüentes.

Obter bom testemunho significa que a fé transpôs os limites do campo filosófico e conceitual, redundando em verdadeiras experiências de vida. A expressão “pela fé” ocorre mais de vinte vezes nesse capítulo. No entanto, o que marcou a vida dos antigos levando-os a se tornarem verdadeiros heróis da fé, definitivamente, não foi uma fé que se baseava em mera intuição ou instinto. Embora Deus nos tenha dotado de consciência intuitiva, nos dotou também de capacidade reflexiva.

A fé, portanto, não se trata de uma atitude ou uma ação irracional; não se trata de uma certeza sem fundamento, nem tão pouco, de uma convicção meramente intuitiva. O versículo três afirma que “pela fé entendemos que o universo foi criado pela palavra de Deus e que aquilo que não pode ser visto foi feito daquilo que não se vê”. Além de apontar a supremacia e a preexistência do Deus invisível e real, demonstra também que a fé não é simplesmente uma evidência da nossa consciência intuitiva, mas também da nossa capacidade de refletir. A fé do ponto de vista bíblico não despreza o pensamento, a razão, a reflexão. Pela fé entendemos, exercemos as faculdades intelectuais.

Vale lembrar que a fé sem reflexão, muitas vezes é instrumento de manipulação. Acredito que seja importante também pensarmos se não é a fé nessa perspectiva que tem predominado nos arraiais evangélicos do nosso país. O que você acha disso?

No amor do PAI,

Claudio Alvares.