sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A Estilista de Jesus

Você sabia que Jesus tinha uma pessoa que se encarregava do seu visual? Um Personal Stylist? Alguém que se dedicava à tarefa de vesti-lo dentro dos padrões da moda de sua época? Não? Pois é, nem eu. É lógico que isso não passa de uma brincadeira. Porém, foi assim que meu filho de sete anos interpretou um texto de um livro de historinhas da bíblia para crianças que pedi que lesse para mim. Pois, preocupado com o seu nível de leitura, resolvi fazer um pequeno teste de interpretação de texto para avaliar se ele estava entendendo de fato o que estava lendo.

Aliás, em nosso país basta o sujeito aprender a escrever e ler o seu próprio nome e a soletrar algumas palavras para deixar de influenciar o índice de analfabetismo brasileiro. Com isso, a quantidade de pessoas que lêem sem entender o sentido do texto é inumerável.

A impressão que tenho é que ao mesmo tempo em que há pouco interesse do povo pela cultura e pelo conhecimento, há também pouco incentivo e quase nenhum investimento substancial por parte do governo. Vide, portanto, o quadro tão lastimável que se encontra a educação pública no Brasil no que diz respeito ao ensino fundamental. Os planos assistenciais do governo como bolsa família e bolsa escola não são suficientes para resolverem problemas estruturais da educação. Professores com remuneração miserável e alunos sem aula há meses são realidades que ainda persistem e que nos apresentam prognósticos nada favoráveis à educação nesse país.

Voltando ao que estava dizendo, após ele ter lido a história da cura da sogra de Pedro passei, então, a fazer-lhe algumas perguntas sobre o texto:

- Meu filho, quem era esta mulher que Jesus curou?

Imediatamente ele respondeu-me com muita naturalidade:

- Papai, ela era uma estilista!

Arregalei meus olhos e disse:

- O quê!!?

- É, papai, ESTILISTA! Disse ele com tamanha convicção.

- Mas, de onde você tirou isso, meu filho?

- Do texto, papai. Respondeu-me sem entender bem o meu espanto.

Sem acreditar no que estava ouvindo pedi que me mostrasse onde estava escrita no texto essa “nova revelação”.

Ele me disse:

- Aqui diz, papai, que depois que ela foi curada por Jesus ela passou a “vesti-lo”.

- Não é possível! Deixe-me dar uma olhada! Interferi mais uma vez bem assustado.

Para minha surpresa e alívio o que meu filho estava fazendo era mudando a palavra “servi-lo” por “vesti-lo”.

Demos muitas gargalhadas e até hoje me pego rindo sozinho ao lembrar-me desse fato. Fico também pensando em quantas heresias não surgem por interpretações errôneas que são feitas nas melhores das intenções.

O Senhor Jesus disse aos saduceus: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”.
Que o Senhor nos livre dessas "novas revelações" que, infelizmente, tem surgido a doidado por aí. Aliás, tudo o que tinha que ser revelado já está a nossa disposição na Bíblia. Deixemos, pois, que o Espírito Santo nos ilumine e nos guie a toda a Verdade.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Por qué no te callas?

“Quem fala o que quer, ouve o que não quer”. Assim diz o ditado popular. No entanto, acho que esse ditado popular pode sofrer algumas modificações: “Quem ouve o que não quer e não fala o que quer, aceita tudo o que vier”.

A celebre frase “? Por qué no te callas?”, pronunciada pelo Rei Juan Carlos, de Espanha, ao presidente venezuelano Hugo Chavez espalhou-se e foi manchete dos principais jornais e veículos de comunicação de todo mundo, transformando-se, inclusive em ringtones de aparelhos celulares.

Fiquei pensando nesse acontecimento e me despertei para uma realidade muito negativa do povo brasileiro: a nossa passividade diante de absurdos aos quais somos constantemente submetidos.

No caso a frase deveria ser outra: Por qué te callas? Por que não dizemos BASTA!!? Basta ao nosso conformismo, a nossa indiferença e a nossa tolerância para com a corrupção e roubalheira desse país.

Por que nos calamos diante da onda de violência e imoralidades que assolam nossos jovens e crianças? Por que nos calamos diante do caos que se tornou os serviços de saúde onde milhares de pessoas morrem nos corredores dos hospitais da rede pública? Pra onde estão indo os bilhões de Reais arrecadados com a CPMF e outros impostos?

Por que nos calamos diante do descaso com a educação, aonde milhares de alunos chegam ao final do ano sem terem uma única aula de português e matemática?

Por que nos calamos? Por que nos permitimos sermos esmagados sem esboçarmos nenhuma reação? Nossa cultura de passividade precisa ser mudada!

E nós, cristãos? Cadê a nossa voz profética? Cadê o nosso clamor diante de Deus? Por que calamos?

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Batismo no Ônibus

Fiquei profundamente escandalizado e muito envergonhado ao assistir com minha família e alguns amigos não cristãos o clipe da música batismo no ônibus da cantora Andréa Fontes. Nada em particular contra a cantora nem para com o seu estilo musical. Embora este tipo de música não me agrade (gosto, às vezes, na se discute), até achei o ritmo muito legal. Não se trata, tão pouco, de preconceito contra o movimento pentecostal, pois seria negar minha origem e prática.

Creio na contemporaneidade dos dons do Espírito Santo e na soberania de um Deus que tem liberdade de fazer o que quer e como quer, que não está submisso às formas ou padrões delineados por quem quer que seja. No entanto, em minha opinião, este clipe não reflete a seriedade e a reverência que o tema deveria ser abordado.

Ainda que não esteja levando em consideração uma análise da coerência teológica da letra da música, achei o clipe uma verdadeira difamação, deturpação e banalização do mover do Espírito Santo.

Para mim, longe de ser engraçado, o clipe da música batismo no ônibus expõe pejorativamente a comunidade evangélica e é um péssimo exemplo da práxis de alguns seguimentos evangélico pentecostal.

Fiquei envergonhado!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

"E as Cachorras..."

Indiano casa-se com uma cadela

Mais uma da Índia, segundo país mais populoso do mundo(depois da China), com mais de um bilhão de habitantes. Com uma população diversificada, a língua, a casta e a religiosidade desempenham papel importante na organização social e política do país. Embora 81,5 por cento da população sejam hindus, a Índia conta também com o segundo maior contingente de muçulmanos no mundo (12,2 por cento), ademais de outros grupos religiosos como siques (2 por cento),cristãos (2,3), budistas (0,76), jainistas (0,4) e outros. Além disso, duas das grandes famílias linguisticas estão representadas na Índia: a indo-ariana (falada por 74 por cento da população) e a dravídica(24 por cento). A Coonstituição indiana considera como oficiais 23 diferentes línguas, embora o híndi e o inglês sejam usados pelo governo federal para fins oficiais. O sânscrito e o tâmil são consideradas línguas clássicas. O número de dialetos falados na Índia chega a 1 652.

É desse país tão diversificado cultural e religiosamente, onde milhões de deuses são adorados, que se ouvem as mais bizarras e estranhas notícias. Dessa vez foi o casamento celebrado entre um homem e uma cadela vira lata. A cerimônia foi realizada no último final de semana em uma cidade do sul do país, onde os “noivos” também receberam uma festa de casamento. Segundo o noivo, a decisão surgiu por acreditar estar “amaldiçoado” por ter apedrejado e matado dois cães há 15 anos e após consultar um astrólogo que lhe disse que a única forma de cancelar a maldição seria casando-se com a cadela vira lata.

Talvez para muitos ocidentais este acontecimento seja motivo de piada e muitas gargalhadas ou algo que não se leva muito a sério. Para mim a união matrimonial entre um ser humano e um animal é tão bizarra quanto a união entre pessoas do mesmo sexo, que, aliás, está em vias de aprovação pelos parlamentares brasileiros.

Antes que seja eu acusado de homofobia ou preconceito quanto à opção sexual de cada um, quero deixar bem claro que a prática homossexual é repudiada e condenada por Deus (Rm 1:18-27). Assim como Deus ama o pecador e não se compactua com o pecado, não posso eu ser favorável a uma prática reprovada por Deus, ainda que da mesma forma, não deixe eu de respeitar a pessoa homossexual.

A realidade desse acontecimento na Índia, no entanto, reflete o drama de um povo subjugado pela cultura e pela crença. Aponta também para a dificuldade e para o grande desafio de pregar o Evangelho do Reino de Deus naquele país. Afinal, o Cordeiro que foi morto, com seu sangue comprou para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Apocalipse 5:9).

Oremos pela Índia.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Também Estou Indignado!!!

Fui inspirado pelo Pr. Renato Vargens a escrever sobre esse tema. Confesso que o texto publicado em seu blog, que, aliás, recomendo sua leitura (basta acessar ao lado na opção links interessantes), não somente me estimulou a reflexão, mas também aumentou minha indignação com a realidade do povo protestante em nosso país. Aliás, nós “protestantes”, precisamos parar de protestar diante de Deus porque Ele não nos tem concedido as “bênçãos” por nós “determinadas” e determinarmos nos abster das “pílulas do amor próprio” que tanto nos aliena da dor do próximo.

Penso que estamos vivendo um tipo de “pseudoêxtase” espiritual que nos tem levado a não percebermos que o ecstasy, droga fartamente consumida entre os jovens, tem abreviado a vida de tanta gente amada por Deus.

Estamos construindo tendas em nosso “monte da desfiguração” da verdade bíblica enquanto uma grande multidão jaz debaixo de nosso nariz. Quando Pedro, diante do Cristo Glorificado sugeriu permanecerem no monte da transfiguração dizendo: “bom é estarmos aqui...”, ele manifesta um desejo genuíno de quem de fato estava tendo uma experiência REAL com o Todo Poderoso.

Infelizmente, essa tem sido a atitude de muitos evangélicos que supostamente afirmam verem a glória de Deus sem, contudo conseguirem enxergar a miséria existencial dos homens.

Os discípulos Pedro, Tiago e João ao descerem do monte onde tiveram essa indescritível experiência espiritual se depararam com uma multidão, e, dentre ela, surgiu um homem desesperado que se prostrou aos pés do Senhor pedindo que o Senhor se compadecesse de seu filho lunático que muito sofria. Surpreendentemente, o homem afirma: “Apresentei-o a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo”.(Mt. 17:18)

Toda vez que lia esse versículo ficava muito impressionado com o fato dos discípulos não conseguirem aliviar o sofrimento desse pai. Hoje fico pensando em quantos pais não estão passando por situações como essa ao verem seus filhos mergulhados no alcool e outras drogas? E nós, discípulos do Senhor, não conseguimos produzir respostas e solução para tais problemas.

Quando Jesus foi questionado pelos seus discípulos porque motivos não puderam resolver aquele problema, Jesus lhes respondeu: “Por causa da pequenez da vossa fé”.

Penso que é muito fácil expressar atitudes de fé no alto do monte, nos ambientes litúrgicos, na atmosfera mística do culto e da adoração, porem é extremamente difícil e necessário expressarmos a mesma fé no cotidiano, no ambiente nada litúrgico, porem não menos santo, da relação com a multidão carente de Deus.

O que temos feito? Estamos pelo menos indignados? Se sim, já é um começo!